Quero o teu fogo, a fugacidade do teu desejo, vivo desses breves minutos, desse breve ensejo. Respiro a amargura da solidão, que me assalta pela madrugada, sem compaixão, invade os meus lençóis macios, ferve no meu sangue, entra pelos meus olhos frios, me queima a pele salgada de lágrimas perdidas, que me cortam como lâminas polidas. Faço amor furiosamente, porque te perco a cada segundo. Sou violenta e egoísta, constantemente, porque tento prender a mim o teu mundo. Não me atires palavras cruas, duras, corroídas. Não me apagues das tuas memórias mais turbulentas, mais sôfregas, sofridas, porque sei que saboreias com saudade, tal como eu, o gosto da intensidade. Volta, volta sempre para a minha cama, de lençóis macios, que te espera nervosa, ansiosa, de olhos tristes e frios.
Outubro 2007Wednesday, 10 October 2007
A Mudança
Anseio por uma mudança,
Daquelas que tudo tomba
E o coração arromba,
Como um assomo de medo, de insegurança.
Quero na pele o arrepio,
Nas mãos o calor e o frio,
No peito o bater descompassado
E na boca o desassossego respirado.
Quero no corpo a dureza da verdade,
O olhar incisivo que procura o meu,
O toque, o desejo, a lasciva vaidade,
Quero já, quero agora, com ferocidade,
O que move a tua vontade, o corpo teu.
Subscribe to:
Posts (Atom)