Nasci do ventre da Ave de Fogo,
Escondida nas folhas do chão da Floresta,
Mas assim que abri os olhos
Elevei-me acima das árvores,
Bem mais acima,
E descobri o Sol, o amor, a vida.
O amor é como o Sol,
Vital, belo e perigoso,
Encadeante, quente e grandioso.
Deixei o Sol tocar-me no rosto
E fechei os olhos de contentamento,
Envolventes raios de luz
Preencheram-me por dentro,
Mas senti-o a arrancar-me do peito o Coração,
Abri os olhos de repente,
Molhados de dor, de medo, de desilusão,
E caí, para o fundo da terra.
Lá, encontrei um Rio Manso,
Que me acolheu com cuidado,
Lavou o meu corpo sujo de tristeza,
Devolveu-me a beleza
E deu-me novas asas.
"Não posso voar", disse-lhe,
"Já não tenho o fogo
Que a Rainha do Fogo, minha mãe, me deu, embrulhado em meu Coração."
O Rio Manso sussurrou-me coragem.
"O Sol roubou-mo", continuei,
E o Rio Manso lançou-me no ar.
Elevei-me de novo,
Acima do chão da Floresta,
Acima das árvores,
Acima das nuvens que escondiam o Sol,
E, com as minhas mãos frias,
Arranquei o meu Coração das mãos quentes do Sol,
Devolvi o meu Coração ao meu peito vazio
E o meu calor, a minha luz, ofuscaram o Sol,
Cobrindo a terra de amor e magia!
Abril 2010
Saturday, 26 June 2010
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