Sunday, 18 July 2010

Mar

Vejo ao longe o mar,
Revolto e tempestuoso,
Cor de prata ao luar,
Frio e perigoso,
Enviando ondas a dançar
Como loucas a cantar,
Na névoa do Inverno rigoroso.

Vejo-te ao longe a chegar,
Cavalgando nas ondas com confiança,
Trazes no rosto um sorriso de esperança,
E nos braços uma vontade,
Uma vida cheia de saudade,
De por amor te abandonar.

Falas-me de outro mundo,
De vidas de encantar,
De belezas imensas no fundo
Do mar.
Falas-me em magia, em voar,
Através das águas cristalinas,
Onde doces bailarinas
Te inebriaram a dançar.
Onde te perdeste de mim,
Te deixaste levar
E por elas te deixaste apaixonar,
Até voltares a terra, por fim.

Não temas, meu querido mar,
Meu pobre coração,
Cansado de chorar,
Pede compaixão
E, claro, vou-te perdoar.
Não temas, meu querido mar,
Não há na vida maior dor
Do que viver sem amor,
E por isso vou-te sempre, sempre amar.

July 2010