Adoro quando me levanto, cheia de preguiça, depois de meia hora saboreada na ronha, sabendo que nada tenho a fazer para além de ler um bom livro e de relaxar. Acordo lentamente e bem disposta.
Ainda mais bem disposta fico quando, ao abrir os estores e os olhos muito lentamente, sensíveis à claridade que irrompe pela janela, invadindo e inundado de luz todo o quarto, vejo que está um sol radioso num céu azul sem nuvens. "Vai estar um lindo dia de primavera" - penso em voz alta, com vontade de cantarolar, embora ainda seja inverno.
Visto-me e tomo o meu pequeno-almoço, acompanhada pelo Alex - que espera sempre que eu lhe dê alguma guloseima, sentado junto às minhas pernas, com o focinho poisado sobre o meu colo - e termino o meu chá, ainda fumegante, na varanda. Acaricio os meus gatos, que também lá se instalam para aproveitar o ar fresco da manhã.
Saboreio o meu chá e encanto-me ao observar a dança azafamada dos pássaros, de árvore em árvore, a cantarem as suas melodias territoriais, enchendo o ar de alegria.
O Alex já me olha com algum desespero. Está na hora do nosso passeio matinal. E que outra manhã soalheira nos dá mais prazer na caminhada do que uma manhã como esta? Sinto vontade de caminhar com ele até ser hora de almoçar e absorver o sol que me aquece, o ar fresco que me renova, os momentos de contemplação que me revigoram o espírito e o canto dos pássaros que não cessa com o avançar do dia.
Voltamos para casa, com alguma pena minha, mas fica a sensação de uma manhã linda, pacífica e quente, que me relaxa e me faz apreciar cada vez mais a vida e toda a sua beleza.
Domingo, 27 Janeiro 2008