Monday, 14 January 2008

O Beijo

A chuva fria tamborila na janela,

Entraste a correr, com o cabelo molhado,

Aproximo-me de ti com um sorriso deliciado

Porque sinto o aroma quente da canela.


Olhas-me e soltas um sorriso apetecível, por mim esperado,

De lábios húmidos e carnudos,

Soltas o aroma prometido, a mim reservado,

O gosto quente e doce de um beijo há muito desejado.


Comprimo os meus lábios nos teus, expectantes,

Apertando-os, encurralando-os com força,

E observo o tom cálido que tomam,

De um vermelho-sangue sensual, fascinantes.


Procuro no teu olhar a crítica, pelo beijo violento, roubado,

Mas não vejo desagrado – olhar limpo e nada perturbado.


Entreabres essas papoilas (que perfeição!)

E soltas suspiros de aceitação.

Aí, eu exploro-as num beijo lento,

E parar é coisa que não tento.


Ofereces (ou rendes?) os teus lábios

Ao meu beijo, com um gemido de deleite,

Também tu não queres parar.

Adoro-os e não os deixo secar.


É no suave toque dos meus lábios insaciados,

E na paixão húmida da minha língua

Que encontras o prazer,

Gemes, fechas os teus olhos amendoados,

Cerrando com eles mil imagens de fantasia

E desejos fortes que te fazem tremer.


Seduz-me, abraça-me,

Molda o teu corpo ao meu,

Não posso parar – sente-me,

Geme de novo,

Sinto o teu prazer na minha boca, na minha mão,

É desejo puro, alheio à razão.


As palavras escondem-se na tua mente,

Mas o teu corpo fala comigo, devagarinho.

Diz-me o que queres…

Não, espera! Não digas nada, eu adivinho!


14 Janeiro 2008

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