O Festival do Sudoeste de 2008, ou SW08 (como se podia ver inscrito nos vidros dos automóveis que de lá vinham e por lá andavam, cobertos de pó), já não é o que era.
Fiz a minha estreia no Festival em 2003 e posso dizer que o que encontrei este ano, embora parecesse a mesma coisa, era diferente. A dificuldade em arranjar um lugar para a tenda, a dificuldade para estacionar o carro e de lá o tirar (andámos quase todas as manhãs às voltas pelo labirinto em que o estacionamento se tornava todas as tardes, por vezes sem saída possível), a boa música, o espírito de inter ajuda e de partilha, o mar, o sol abrasador, o barulho incessante durante a noite, as noites mal dormidas a acumular ao cansaço da viagem (do qual não deu para recuperar) e da folia - tudo isso continua igual. O que difere é o interesse que leva as pessoas ao Sudoeste.
Já não viajam só aqueles que procuram a música, o convívio e uma semana de praia nas melhores praias do país com acampamento à borla. Agora também abundam os que se aproveitam dos primeiros e procuram os furtos fáceis e os que procuram a droga fácil de encontrar e a preparam sem pudor nem preocupação pelos olhares alheios. E não estou a falar do habitual charrito da praxe, que sufoca o ar junto aos palcos, inundando-o de fumos aromáticos um tanto pesados, a somar ao insuportável tabaco e ao pó que abunda e se infiltra por todos os lados. Eu estou mesmo a falar de cocaína (entre outras, por certo), que cheguei a ver ser alinhada para ser consumida em pleno recinto, no meio dos transeuntes que, tal como nós, procuravam outras diversões.
Diversões essas como o tiro ao alvo, do qual me posso gabar de ter conquistado a flor que eu queria derrubando as seis latas com apenas duas bolas (em três). Ainda nos divertimos bastante, embora nos tivessem assaltado a tenda no penúltimo dia, rasgando a entrada e levando apenas a minha mala com toda a minha roupa. Felizmente que o meu pesadelo durou apenas algumas horas e, após uma ida ao posto móvel da GNR, encontrámos toda a minha roupa e a minha mala abandonadas num grupo de tendas ao lado das nossas, também elas assaltadas. Quanto a eles, a sorte dentro do azar não foi tão grande e ficaram sem os óculos de sol, telemóveis, perfumes e leitores de mp3.
É óbvio que nós não tinhamos deixado nada de valor dentro das tendas, mas ficou a lição para nunca mais levar a minha roupa preferida para este tipo de locais.
Escusado será dizer que pouco (muito pouco) se dormiu nessa noite, e que quando nos deitámos já o sol raiava. Ainda ficámos para os últimos concertos, mas só depois de arrumadas as tendas e todos os nossos pertences, de um banho quente tomado num clube desportivo local, de uma refeição a forrar os estômagos famintos e de uma sesta bem dormida num pinhal ali perto.
Para desanuviar um pouco fomos andar na roda gigante, mas os "mariquinhas" (estou só a brincar!!) ficaram cheios de medo e queriam descer - he he.
No final, o saldo foi positivo. Tivemos algumas peripécias (porque sem isso a vida não tem graça nenhuma), como por exemplo o colchão que nos emprestaram (assim como as tendas) estava furado e esvaziava quase por completo em pouco tempo, o que equivaleu a dormir no chão. Isso a acrescentar ao facto de estarmos num terreno ligeiramente inclinado e eu passar as noites a escorregar para cima do Miguel e a acordar toda torta. E é claro, havia sempre uma aranha que só aparecia quando eu estava dentro da tenda, só para me chatear.
Ainda assim, vimos muito bons concertos (Björk foi inesquicível!!!), o espectáculo com os músicos num mobil gigante sobre as nossas cabeças foi fenomenal, passeámos pela costa em busca de praias menos cheias (sem qualquer sucesso) e dormimos sestas benditas num bendito parque de merendas, após piqueniques deliciosos. E até houve lugar para a brincadeira enquanto esperavamos pelo concerto seguinte. As fotos falam por si, das vistas, dos concertos e das diversões.
Foram cinco dias inesquecíveis, mas quando cheguei a casa respirei de alívio - finalmente o meu espaço, finalmente a minha banheira e finalmente a minha cama!!!
Como se costuma dizer: «Para o ano há mais».
Fiz a minha estreia no Festival em 2003 e posso dizer que o que encontrei este ano, embora parecesse a mesma coisa, era diferente. A dificuldade em arranjar um lugar para a tenda, a dificuldade para estacionar o carro e de lá o tirar (andámos quase todas as manhãs às voltas pelo labirinto em que o estacionamento se tornava todas as tardes, por vezes sem saída possível), a boa música, o espírito de inter ajuda e de partilha, o mar, o sol abrasador, o barulho incessante durante a noite, as noites mal dormidas a acumular ao cansaço da viagem (do qual não deu para recuperar) e da folia - tudo isso continua igual. O que difere é o interesse que leva as pessoas ao Sudoeste.
Já não viajam só aqueles que procuram a música, o convívio e uma semana de praia nas melhores praias do país com acampamento à borla. Agora também abundam os que se aproveitam dos primeiros e procuram os furtos fáceis e os que procuram a droga fácil de encontrar e a preparam sem pudor nem preocupação pelos olhares alheios. E não estou a falar do habitual charrito da praxe, que sufoca o ar junto aos palcos, inundando-o de fumos aromáticos um tanto pesados, a somar ao insuportável tabaco e ao pó que abunda e se infiltra por todos os lados. Eu estou mesmo a falar de cocaína (entre outras, por certo), que cheguei a ver ser alinhada para ser consumida em pleno recinto, no meio dos transeuntes que, tal como nós, procuravam outras diversões.
Diversões essas como o tiro ao alvo, do qual me posso gabar de ter conquistado a flor que eu queria derrubando as seis latas com apenas duas bolas (em três). Ainda nos divertimos bastante, embora nos tivessem assaltado a tenda no penúltimo dia, rasgando a entrada e levando apenas a minha mala com toda a minha roupa. Felizmente que o meu pesadelo durou apenas algumas horas e, após uma ida ao posto móvel da GNR, encontrámos toda a minha roupa e a minha mala abandonadas num grupo de tendas ao lado das nossas, também elas assaltadas. Quanto a eles, a sorte dentro do azar não foi tão grande e ficaram sem os óculos de sol, telemóveis, perfumes e leitores de mp3.
É óbvio que nós não tinhamos deixado nada de valor dentro das tendas, mas ficou a lição para nunca mais levar a minha roupa preferida para este tipo de locais.
Escusado será dizer que pouco (muito pouco) se dormiu nessa noite, e que quando nos deitámos já o sol raiava. Ainda ficámos para os últimos concertos, mas só depois de arrumadas as tendas e todos os nossos pertences, de um banho quente tomado num clube desportivo local, de uma refeição a forrar os estômagos famintos e de uma sesta bem dormida num pinhal ali perto.
Para desanuviar um pouco fomos andar na roda gigante, mas os "mariquinhas" (estou só a brincar!!) ficaram cheios de medo e queriam descer - he he.
No final, o saldo foi positivo. Tivemos algumas peripécias (porque sem isso a vida não tem graça nenhuma), como por exemplo o colchão que nos emprestaram (assim como as tendas) estava furado e esvaziava quase por completo em pouco tempo, o que equivaleu a dormir no chão. Isso a acrescentar ao facto de estarmos num terreno ligeiramente inclinado e eu passar as noites a escorregar para cima do Miguel e a acordar toda torta. E é claro, havia sempre uma aranha que só aparecia quando eu estava dentro da tenda, só para me chatear.
Ainda assim, vimos muito bons concertos (Björk foi inesquicível!!!), o espectáculo com os músicos num mobil gigante sobre as nossas cabeças foi fenomenal, passeámos pela costa em busca de praias menos cheias (sem qualquer sucesso) e dormimos sestas benditas num bendito parque de merendas, após piqueniques deliciosos. E até houve lugar para a brincadeira enquanto esperavamos pelo concerto seguinte. As fotos falam por si, das vistas, dos concertos e das diversões.
Foram cinco dias inesquecíveis, mas quando cheguei a casa respirei de alívio - finalmente o meu espaço, finalmente a minha banheira e finalmente a minha cama!!!
Como se costuma dizer: «Para o ano há mais».
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