Monday, 8 September 2008

Hoje

Hoje estou de negro.
Por dentro visto-me de negro. Um negro cego e solipsista.
Hoje sinto uma inércia destrutiva a conduzir-me.
Hoje quis fechar-me no escuro e deixar que os meus demónios declarassem vitória e chafurdassem na minha tristeza.
Hoje não quis fazer mais nada se não fechar os olhos à vida e deixar o tempo passar, como se tudo se resolvesse por si só.
Hoje quis acreditar que sim, que conseguia mudar tudo com o pensamento.
Hoje, e talvez também amanhã, ou talvez ainda depois, viverei a tua angústia.
Mas hoje, só te quis ver feliz.

8 Setembro 2008

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