Tuesday, 27 November 2007

A Minha Memória

Não posso escrever “as minhas memórias”,

A não ser que tenha um diário,

Porque as minhas memórias não são vitórias,

Goleadas guardadas pelos clubes em relicário.


A minha memória faz o contrário, despreocupadamente

Esquece-se das coisas com facilidade,

Não sei, não deve ser deliberadamente,

Mas não recordo coisas guardadas noutras com afabilidade.


A minha memória não presta para nada,

Não guarda imagens – devo ter a máquina estragada,

Atraiçoa-me com coisas que não vivi na realidade

E mistura sonhos com memórias de verdade.


Porque é assim, a minha memória?

Porquê ela própria apaga a minha história?

A minha memória não é como uma criança,

Que brinca, corre, pula, cresce e avança.



Novembro 2007

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